Alvaro Lapa 1939-2006
Filho dos pintores Clementina Carneiro de Moura e Abel Manta, diplomou-se em Arquitectura pela Escola Superior de Belas Artes de Lisboa, em 1951. Tem desenvolvido intensa actividade não só como arquitecto, mas também como pintor, cenografista e artista gráfico (cartaz, filatelia, ilustração e “design” de livros, jornais e revistas). É considerado o melhor “cartoonista” português deste século, na senda de Rafael Bordalo Pinheiro, Stuart Carvalhais e Leal da Câmara, tendo publicado três livros em Portugal e um na Alemanha.
LER +/-Ao longo dos anos Álvaro Lapa, que realizou a sua primeira exposição na Galeria 111, de Manuel de Brito, em Lisboa, manteve actividade constante realizando inúmeras exposições em Portugal e no estrangeiro afirmando-se como um dos pintores mais importantes da segunda metade do Séc XX.
Raramente deu entrevistas, e às “vernissages” preferia o contacto directo com o publico.
Álvaro Lapa ao longo da sua carreira conquistou várias distinções, nomeadamente o Grande Prémio EDP e teve várias exposições em museus como a Fundação de Serralves.
Há quem defenda que a sua obra é de carácter autobiográfica, não se podendo encaixar num só ou qualquer ismo. O seu trabalho ao longo dos tempos evidenciou uma forte relação entre a literatura e a pintura.
Como escritor, Álvaro Lapa tem uma escrita de entendimento difícil, deixando de parte o leitor habituado a uma leitura de narrativa lógico-concreta.
Com vários livros publicados, Álvaro Lapa alia a escrita à pintura, ambas instaurando uma postura criativa que faz da sua obra um caso singular de liberdade, experiência e ruptura na busca de um sentido profundamente poético. O seu discurso autonomizou-se sem necessidade de recusa das suas principais referências. Rimbaud, Artaud, Burroughs, Joyce, entre outros, foram adaptados como principais condutores da sua própria linhagem.